A Justiça Eleitoral registrou um número recorde de candidatos negros para as eleições municipais deste ano, com 240.587 postulantes, representando 52,7% do total. Esse número supera pela segunda vez o de candidatos brancos, que soma 215.763. As eleições, marcadas para 6 de outubro, incluem candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereador.
Este é o segundo momento histórico em que candidatos negros superam brancos. A primeira ocorrência foi nas eleições gerais de 2022, quando 50,2% das candidaturas eram de negros. Em 2018, nas eleições municipais, esse percentual era de 46,4%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (20) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O TSE consolidou um total de 456.310 pedidos de registro de candidatura para este ano, dos quais 155 mil são de mulheres, representando 33,96% do total. Entre os partidos, o PCdoB destaca-se com 70,19% de suas candidatas e 73,4% de seus candidatos homens se declarando negros. Em contraste, o Novo tem o maior percentual de mulheres não negras candidatas (58,06%), e o PL apresenta a maior taxa de homens não negros candidatos (56,4%).
A legislação eleitoral determina que no mínimo 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) sejam destinados a candidaturas femininas. Para candidatos negros, os recursos devem ser proporcionais ao número de postulantes. Recentemente, o Congresso aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece a aplicação de 30% dos recursos para candidaturas negras, o que pode reduzir a verba disponível para essas candidaturas.
A classificação de candidatos negros segue a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que inclui pessoas que se declaram pardas ou pretas. De acordo com o Censo 2022, 56,1% da população brasileira se declara negra, o que, segundo especialistas, indica um aumento no reconhecimento racial entre os brasileiros.
Com informações da Agência Brasil.