Uma nova pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (cgi.br) revela um aumento significativo na quantidade de empresas brasileiras que armazenam dados biométricos de seus funcionários e clientes. A proporção dessas empresas cresceu de 24% em 2021 para 30% em 2023. Dados de saúde também foram mais coletados, passando de 24% para 26% no mesmo período.
Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira (2) pelo CGI e estão na 2ª edição da pesquisa “Privacidade e Proteção de Dados Pessoais”, elaborada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). A pesquisa entrevistou, ao longo de 2023, indivíduos, empresas e organizações públicas.
O estudo mostra que houve um aumento na adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Entre 2021 e 2023, a proporção de pequenas empresas que alteraram contratos para cumprir a LGPD subiu de 24% para 31%. Nas grandes empresas, esse número foi de 61% para 67%.
Os setores que mais se adequaram à LGPD foram construção, transportes, alojamento e alimentação, informação e comunicação, atividades profissionais e serviços. No setor de construção, a conformidade aumentou de 22% para 35%. No setor de transporte, subiu de 38% para 42%.
Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, destacou que, apesar dos avanços nas médias e grandes empresas, ainda há espaço para melhorias na proteção de dados pessoais, especialmente entre as empresas menores.
A pesquisa também revelou que a maior preocupação dos brasileiros ao fornecer dados biométricos é com instituições financeiras, órgãos de governo e transporte público. Entre os usuários com 16 anos ou mais, 60% expressaram preocupação com a coleta desses dados.
Os dados indicam que 32% dos usuários estão “muito preocupados” com o fornecimento de dados biométricos, enquanto 28% estão “preocupados”. A inquietação é particularmente alta em relação a instituições financeiras (37% “muito preocupados”) e órgãos de governo (35% “muito preocupados”).
Barbosa comentou que a crescente adoção de tecnologias como reconhecimento facial e impressão digital justifica a preocupação dos usuários. Ele enfatizou a necessidade de empresas e governos aprimorarem suas estratégias de proteção de dados pessoais.
O estudo utilizou dados coletados pelo Cetic.br entre dezembro de 2023 e agosto de 2024, abrangendo diversas categorias, incluindo indivíduos, empresas, órgãos governamentais, prefeituras, estabelecimentos de saúde e instituições educacionais. Com informações da Agência Brasil.