O Dia da Amazônia está sendo comemorado em todo o Brasil com uma série de eventos culturais e educativos, incluindo shows, saraus, rodas de rima, festivais de carimbó, exposições de artesanato, oficinas e debates. A programação, que conta com mais de 340 atividades distribuídas pelos 27 estados e o Distrito Federal, faz parte da Virada Cultural Amazônia de Pé 2024, que se estende até 8 de setembro.
Neste terceiro ano do evento, o tema central é “Florestas Públicas Não Destinadas da Amazônia”. Daniela Orofino, diretora do movimento Amazônia de Pé, enfatiza a importância dessas florestas como patrimônio nacional. Ela explica que essas áreas não protegidas são particularmente vulneráveis à grilagem e ao desmatamento, que são problemas graves na região amazônica.
A Virada Cultural é descrita como uma oportunidade para promover encontros e diálogos sobre a importância dos biomas para o Brasil e o mundo. “O povo brasileiro está sentindo os efeitos da crise climática, como queimadas, calor extremo e aumento dos preços de alimentos e energia”, afirma Orofino. Ela destaca que o evento busca ampliar a conscientização sobre a crise climática e envolver a população em debates sobre o futuro da Amazônia.
A programação inclui uma ampla gama de atividades, como o Circuito Amazônia em Belém, o Kaimbe Cultural em Boa Vista, o Amazônia de Pé na Praça em Manaus, o Festival Nossa Amazônia em Macapá, e diversos eventos em São Paulo, Brasília e outras cidades. Todas as atividades têm entrada gratuita e visam promover a cultura e a conscientização ambiental.
Marcele Oliveira, curadora da Virada Cultural junto com o artista Zek Picoteiro, destaca a importância de mobilizar a população e tornar as questões climáticas um tema cotidiano. “Queremos que a conscientização sobre o clima esteja presente nas ruas e rios, e que mais pessoas se envolvam com a agenda climática”, diz Oliveira.
Além das atividades culturais, o público é convidado a assinar uma carta de reivindicação pela proteção das florestas públicas e pela inclusão de vozes de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos nas negociações da COP30, que ocorrerá em Belém em 2025. A carta exige uma maior ambição do governo federal na proteção das florestas públicas não destinadas da Amazônia.
A carta será entregue ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante a Cúpula Social do G20, que ocorrerá de 14 a 16 de novembro no Rio de Janeiro. A entrega é uma oportunidade para fortalecer as reivindicações pela proteção ambiental.
Orofino conclui destacando a importância da Amazônia para a regulação do clima global. “Temos a oportunidade de fazer algo efetivo no combate à crise climática protegendo a Floresta Amazônica. É um papel fundamental que o Brasil desempenha na regulação do clima global”, afirma. Com informações da Agência Brasil.