Na quarta-feira (4), a Comissão de Meio Ambiente do Senado recebeu a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que apresentou um panorama preocupante sobre os impactos das mudanças climáticas no Brasil. Silva destacou a ameaça iminente ao bioma Pantanal devido a fenômenos como baixa precipitação e altas temperaturas.
Durante a audiência pública, a ministra ressaltou a necessidade urgente de um marco regulatório de emergência climática, citando que 1.942 municípios enfrentam risco extremo climático. Silva explicou que, sem uma intervenção adequada, o Pantanal pode desaparecer até o fim deste século devido à combinação de baixa precipitação e altos níveis de evapotranspiração.
Marina Silva destacou que a perda contínua da cobertura vegetal, provocada por desmatamento e queimadas, prejudica toda a bacia do Pantanal. “Se continuarmos com as mesmas tendências, poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, alertou a ministra.
Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelaram que agosto de 2024 registrou 68,3 mil focos de queimadas, um aumento alarmante de 144% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em relação ao orçamento, a ministra negou que o Ministério do Meio Ambiente esteja sofrendo cortes para ações de combate a incêndios. Ela enfatizou a importância de políticas públicas baseadas em evidências e a colaboração com o setor privado. Silva afirmou que a redução do desmatamento pelo atual governo tem evitado uma situação ainda mais grave.
A ministra apresentou resultados positivos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e no Cerrado (PPCerrado), incluindo a contratação de brigadistas, que deverá alcançar 3 mil, e o lançamento do Plano de Transformação Ecológica.
A presidente da Comissão de Meio Ambiente, senadora Leila Barros (PDT-DF), afirmou que as queimadas são um reflexo do cenário de emergência climática enfrentado pelo país. Barros homenageou o brigadista Wellington dos Santos, que morreu lutando contra incêndios no Parque Indígena do Xingu (MT).
Leila Barros destacou o “novo normal” que o Brasil enfrenta e os desafios internos adicionais, como a atuação de redes criminosas na tomada de terras. Ela elogiou a aprovação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Lei 14.944, de 2024) como um exemplo de colaboração entre os entes federados. Com informações da Agência Brasil.