O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (12) que o Brasil está vivendo um momento econômico favorável, com taxas de desemprego e inflação historicamente baixas. No entanto, ele reconheceu que existe um certo pessimismo no mercado financeiro, que ele acredita ser em parte especulativo.
Durante uma entrevista ao programa *Bom Dia Ministro*, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Haddad afirmou que o Brasil conseguiu crescer nos últimos três meses o que o mercado projetava para o ano inteiro. Ele criticou a especulação no mercado financeiro e ressaltou que algumas previsões pessimistas são incorretas, embora haja especuladores que se beneficiem dessa situação.
O ministro também apontou uma contradição no mercado financeiro, que tem elogiado a situação econômica da Argentina, apesar de uma queda de -5,1% no PIB no primeiro trimestre do ano, enquanto critica os números brasileiros. Haddad comparou a reação otimista de empresários argentinos com o pessimismo de analistas brasileiros.
No segundo trimestre de 2024, o PIB brasileiro cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior, superando as expectativas. A taxa de desemprego caiu para 7,1% em junho, a menor para o trimestre desde 2014.
Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma deflação de 0,02% em agosto, impulsionada pela queda no preço dos alimentos, que caiu 0,44%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA está em 4,24%.
Apesar desses resultados positivos, o mercado financeiro prevê que o Banco Central possa aumentar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom). A última ata do Copom mencionou o aumento dos gastos públicos como um dos motivos para o possível aumento dos juros.
Atualmente, a taxa básica de juros brasileira está em 10,5% ao ano, a terceira maior taxa de juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia e da Rússia, que está em guerra, segundo levantamento da MoneYou de julho.
Haddad comentou sobre os desafios fiscais herdados do governo anterior, que incluiu a obrigação de pagar precatórios. Ele afirmou que, sem essa responsabilidade, o déficit fiscal poderia ter sido mais próximo do projetado para cobrir despesas contratadas.
Apesar dos desafios, Haddad expressou otimismo com os resultados econômicos do Brasil e afirmou que acredita em um ciclo de crescimento sustentável. No entanto, ele destacou que ainda há muito a ser feito para consolidar esse desenvolvimento.
O ministro concluiu enfatizando que, embora o Brasil esteja avançando e surpreendendo a muitos, o caminho para um crescimento sustentável ainda está em construção. Com informações da Agência Brasil.